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Uma breve história sobre as diferenças

15:18 Vinicius Ferrari 0 Comments Category :


O problema de escrever diversas vezes sobre o mesmo assunto é que em determinado momento você não consegue ao menos começar. Parece que tudo se transforma em um emaranhado de repetições, de autoplágios acerca de um assunto que a cada dia que passa fica mais saturado, mais banal. Tu te imaginas escrevendo sobre a importância da água na vida das pessoas? Todos sabemos que sem água a vida seria insustentável em nosso planeta. Sem você a felicidade seria insustentável na minha vida. Entende? Falar sobre o que eu sinto é como escrever sobre coisas que as pessoas estão carecas de saber. Todos sabem que eu sou extremamente feliz ao teu lado e que a felicidade que tu trouxestes para a minha vida é única, bela e fundamental. Mesmo assim, mesmo já tendo dito milhares de vezes e de “n” maneiras o quanto tu me fazes feliz, resolvi que vou falar. De novo.
           Existia, certa vez, uma pessoa que à todos amava e que por todos era amado. Era alguém perfeito, cuja aura brilhava e o sorriso contagiava todos a sua volta. Amava à Deus sobre todas as coisas, não matava, roubava ou se desejava a mulher do próximo. Fazia o bem sem olha a quem. Tirava do seu bolso para dar aos pobres e tentava persuadir os ricos à fazer o mesmo. Era tão bom, mas tão bom para com todos, que o que ele falava era tomado como verdade absoluta, como a verdade boa. Era o líder do Povoado dos Homens Bons, e todos os que moravam neste lugar eram de fato bons.
                Como em toda a fábula, existia nesta história também, o Povoado dos Homens Maus. Um lugar com tons de escuro (mais que cinquenta!). O líder do povo mau, era alguém dez vezes mais perverso que você pode imaginar. Para ele matar era necessário para tomar o poder um povo, Deus não existia, roubar era rotina e desejar a mulher dos próprios amigos era sinal de masculinidade, inflava seu ego!
Os bons comiam com três jogos de talheres. Os maus comiam a coxa e sobrecoxa do pavão na mão, sujando a barba de graxa. Os bons eram uns... BOBOS. Os maus eram uns.. MAL CRIADOS! Assim como em uma pilha, estas duas tribos eram de polos diferentes, gostavam de coisas diferentes, se vestiam de maneiras distintas e possuíam regras de etiqueta e convivência que divergiam em praticamente todos os pontos. Porém, em um certo dia de primavera foi declarado ao povo das duas tribos que o Lider Mau e o Lider Bom iriam pertencer a mesma família logo logo com o casamento de seus filhos: Florinda e Ervandro. O povo se rebelou (e quem não se revoltaria?), onde já se viu as duas tribos serem unidas pelo capricho de dois adolescentes bobos? A balburdia foi tanta, que antes do casamento o jovem casal foi chamado por seus pais a praça pública explicar o que de fato motivou este amor, praticamente impossível!
Ervandro, descendente dos maus, tomou frente nas negociações com os rebeldes:
- Namorei a filha do padeiro da minha tribo. Tive um relacionamento com a irmã do capitão da aeronáutica. Outra vez, me encantei com os olhos da secretária de meu pai. Sabe porque não deu certo? Eram todas iguais a mim! Todas tinham os mesmos valores, os mesmos pensamentos, todas queriam as mesmas coisas e tinha uma sintonia absurda com meus pensamentos. Éramos como portas de um elevador que sempre se abrem ao mesmo tempo. Tudo muito chato! Quando conheci Florinda, percebi que nela estava tudo o que eu sempre procurei em outras pessoas equivocadamente. Até conhecer Florinda só havia recebido o que eu já tinha para oferecer. Com ela foi diferente, pois aprendi que o amor é nada mais que partilhar tudo o que conhecemos, toda a nossa vivencia com alguém que ainda não tem. É como trocar CARDS com seus amigos: você troca as suas figurinhas repetidas por alguma que você não tem. Ou, quando o amigo é verdadeiro,  você dá uma figurinha que você não tem só para ve-lo completar o próprio álbum. Isso é amizade. Isso é amor. Na Florinda pude perceber que os extremos precisam ser dissipados, precisam ser neutralizados. Ninguém precisa ser totalmente bom, ou totalmente mau. Sejamos um povo uniforme! Aprendemos uns com os outros coisas que sozinhos jamais poderíamos descobrir. Hoje, caso-me com a menina mais linda que meus olhos já viram e pouco me importa se ela é boa ou má, se é alta ou baixa, se chora baixinho ou bem alto, se ela me conta tudo o que sente ou se ela sente tudo o que me conta. Pouco me importa se ela é muito ciumenta ou só o suficiente para a paixão não morrer. Eu não me importo com o que temos de diferente, seja em pensamento ou em atitudes, em exemplos ou virtudes. O que me importa é o bem que ela me faz e a felicidade que ela irá trazer para os nossos descendentes. Eu declaro que a partir de hoje o povo dos homens bons e o povo dos homens maus serão chamados por um nome único: humanidade. Aprenderemos uns com os outros e nas diferenças seremos felizes! Por um tempo indeterminado...
Depois deste dia, a humanidade nunca mais foi a mesma. Os povos enfim aceitaram suas diferenças e tão logo conheceram melhor seus antagonistas perceberam que essa coisa de alto, baixo, gordo, magro, mau ou bom é coisa da nossa cabeça. No fundo, no fundo são as diferenças que fazem a nossa vida ter alguma graça. O príncipe Ervandro abriu um precedente perigosíssimo! Permitiu que pessoas diferentes pudessem se relacionar e tentar construir um relacionamento uno, diferente de tudo o que já havíamos vido! Graças ao príncipe Ervandro Bruna e Vinicius puderam se relacionar e perceber que a gente acaba achando tempo e uma maneira para ser feliz. Que as coisas só dependem da gente para dar certo e que devemos tentar antes de pré-julgar se dará certo ou errado. Se namorar alguém diferente é algo errado, eu sou o errante mais feliz deste mundo à quinze meses! Prefiro não escrever muito sobre meus sentimentos, felicidade baixinha e dita ao pé do ouvido embaixo do cobertor ainda é a minha predileta. Hoje sou feliz com todas as diferenças, com todas as coisas que dão errado, com todas as coisas que precisamos melhorar. Sou feliz, pois não há maneira de não ser contagiado por um sorriso dela, por uma palavra de amor, ou por um beijinho atrás da orelha. Sou feliz com ela porque ainda não me ensinaram a ser feliz sem ela. E NEM QUERO QUE ME ENSINEM! Se passarem por ela na rua, mandem um beijo meu. E digam que eu mandei ela ir direto para a nossa cama, pois quero enche-la de beijos.
Feliz quinze meses. Feliz felicidade!

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