Havia muito tempo que eu não entrava aqui neste cômodo. A tristeza foi adormecida e neutralizada em mim há mais ou menos uns 3 anos. Do que reclamar se a vida é tão bela? De que reclamar se tantos outros sofrem mais que nós, por justamente terem dores mais amargas com que precisam conviver. Sobreviver, em suma, é aprender a viver com as amarguras da vida. Entretanto, nem tudo o que brilha é ouro, e nem tudo o que é triste requer nossa atenção. Ficar remoendo sentimentos tristes, enlutar a vida por um ou outro episódio é de extrema burrice, pois se estamos tristes o fazemos por algo que já aconteceu e neste caso não há como ser mudado. No caso da tristeza se materializar por algo que esta acontecendo, aí a resposta é mais simples: basta dar um basta no que triste te deixa. Mudar o rumo, tomar uma atitude e ajustar o sentido é indispensável para que as coisas comecem a mudar de dentro pra fora. Não adianta chorar, se escabelar ou se rebelar contra a vida. O segredo, como já disse, é aprende a conviver com as amarguras e aceitar que existem coisas na vida que são, simplesmente, inevitáveis.

Infelizmente não volto a este blog para sorrir, para contar uma história bacana ou para quem sabe falar sobre um livro legal que ando lendo (embora eu esteja lendo ótimos livros bacanas). Venho porque estou triste, e a tristeza é, pasmem, o melhor combustível para um escritor. Tá, mas e o que tu quer com este texto Vinicius sem acento? Nada, apenas falar que embora todo este bla bla bla de que não adianta nada se entocar em um quarto e se fechar para o mundo, mudar o rumo das coisas requer um certo período de extrema reflexão, para que, aos poucos, possamos desconstruir ideias, posições e conceitos formados anteriormente. Por favor, me deixem aqui, em um canto. Quando saírem fechem a porta do quarto e por obséquio, apaguem a luz. Quando a tempestade passar e a preguiça e desanimo de seguir em frente escorrerem pela parede junto com a chuva, aí eu saio, para uma nova vida construir.