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Querida, F.

19:45 Vinicius Ferrari 0 Comments Category :

Resolvi te ouvir, estou indo embora. A uma hora destas meu voo já saiu e estou km distantes de você. Pelo menos geograficamente. 
O ser humano busca sempre para si o que é mais comodo. E o mais comodo neste caso seria o adeus. Sim, acabar de uma vez por todas com esses peitos angustiados e essas falas engasgadas. Acabar de uma vez por todas com esse sentimento intermitente que vai dando nó na boca do estômago. Sim adeus. Adeus noites de conchinha, ou de super-homem, adeus bom dia com a cara amassada ou cinema no sábado. 
ADEUS, sms, ligações e preocupações.
No começo ia doer, ia machucar, mas logo logo a gente ia acostumar. 
Adeus planos feitos e adeus também aos sonhados baixinho. 
Sejam bem vindas noitadas, alegria e inspiração. Meu seria blog reativado e com muita coisa pra postar, por que nós, terríveis seres humanos dotados de experiencias e munidos pela voz da razão, conseguimos falar muito mais da dor do que da felicidade. É mais fácil se queixar das coisas que não vão bem ao falar do que dá certo.
Sabe o que seria mais fácil? Colocar tudo o que sentimos em uma caixinha de madeira, amarrar uma pedra e jogar no fundo do mar. 
Aí encontraríamos novos pares com novas frases de enfeito ao velho estilo "é 97 mais é claro" ou "minha avó ta maluca" ou qualquer outra coisa que iriamos inventar. E marcar. De novo. E de novo. Até onde? Até cansar. Quem sabe.
Quem sabe você seria feliz longe de mim? Quem sabe viveria seus sonhos com alguém que compactue com eles? Quem sabe nós não seriamos muito mais felizes ao lado de um outro alguém?
Bora partir pro silêncio eterno? Bora calar tudo o que a gente sente e deixar só o som ambiente falar mais alto?

Somos criaturas comodas. Sempre fomos. Viver uma história de amor como a nossa foi a mais ousada ousadia que alguém já cometeu. Desde do início não fomos nada normais, nada padrão, nada COMODO.
Faça deste ponto uma vírgula e continuemos a estrofe com muito mais informação, muito mais coisa pra contar. Muito mais sorrisos pra espalhar. Eu não quero uma história perfeita, cheia de coraçãozinhos dourados escritos no rodapé. Eu desejo uma história cheia de riscos, rabiscos, de marcas de borrachas, repleto de virgulas e estrofes. ABRAMOS PARÁGRAFOS. SEJAMOS AS VIRGULAS. FAÇAMOS OS PONTOS. Só não esqueça que no português não devemos separar o verbo do sujeito. Na minha oração, o verbo é amar, o sujeito é você. 

O mais comodo seria te dar tchau. Virar ponto. Encerrar parágrafos e trocar de livro. Mas comodidade não significa felicidade, nem sucesso, nem alegria, nem amor, nem sorrisos. 

Grampeado com esse bilhete te deixei uma passagem sem data de embarque, este papelzinho pequeno é o endereço da minha nova casa. Se quiser ser a rainha da minha felicidade novamente, venha, e não avise quando chega. O seu cantinho na cama estará te esperando. Eu te amo. 

Com carinho,
E.

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